Volume I: 1807 – 1889 e antecedentes
Cláudio Moreira Bento – edição independente – Rio Grande do Sul, 1994
- história 2. história militar 3. rio grande do sul
A publicação do primeiro volume da História da 3ª Região Militar, 1807-1889, resulta de uma compulsão que se poderia considerar cruel, mas que terminou por obrigar-nos a um trabalbo extremamente gratificante. A imposição decorre da importância bistórica dos Chefes que passaram pelo Comando da 3ª RM, todos figurando nas esplendidas galerias que ornamentam nosso Quartel General. Ao tempo em que emolduram as paredes internas do prédio, parecem estar reclamando reconhecimento merecido, o qual, entretanto, nunca exigiram, pois sempre foram mais de oferecer sacrificios do que de pedir qualquer tipo de benesse. Odeterminismo para que se editasse essa bistória surge, também, na bibliografia imensa e esparsa que conta os feitos das guerras do sul do Brasil e uns poucos, mas importantes trabalhos específicos, que abordam a vida da própria Região Militar. Poder-se-ia comparar a edição da Histó ria da 3ª Região Militar, empreitada que definimos como um dos objetivos de nosso comando, como a retomada de uma obra inacabada. A base, alicerce firme para uma construção que se pretende sólida e robusta, feita com empenho e dedicação, já estava quase pronta, com a compilação preciosa realizada pelo Gen. antonio da rocba almeida, ainda na década de setenta. A infraestrutura e urbanização da área ficou por conta do Gen. Antonio da Rocha Almeida, que dirigiu a arquitetura da admirável galeria de ex-Comandantes. Otoque artístico da urbanização ficou, até
certa data, por conta de CANOVAS, o excelente pintor gaúcho, que se esmerou em retratar cada um dos antigos Comandantes da 3ª RM. Preparado o terreno e implantados os alicerces, tratava-se, então, de construir o edificio propriamente dito. Para tanto a 3ª Região Militar foi buscar, em boa hora, o apoio de um historiador militar do maior conceito, Coronel CLÁUDIO MOREIRA BENTO. Com máximo empenho e competência, o Cel. BENTO dedicou-se a uma longa e dificil pesquisa, cuja primeira parte estamos apresentando neste volume. Seguir-se-á um outro, já em elaboração, que abordará os fatos da República até 1953, quando o Comando Militar do Sul assumiu efetivamente os encargos da orientação política e do emprego operacional do Exército na área do Rio Grande do Sul. Cuidou o Cel. BENTO de indicar as principais fontes aos leitores que pesquisan a história, permitindo aqueles que o desejarem, aprofundar-se nos estudos sobre os fatos específicos de seu interesse. Destaque-se, ainda, no seu trabalho, o resgate da verdade em vários eventos aos quais foram dados interpretação duvidosa e, também, a avaliação correta do desempenho de antigos Chefes, maltratados por juízos facciosos. Apraz-me apresentar aos leitores esta obra, uma contribuição da 3ª Região Militar, para reavivar seu passado que é um orgulho para o Exército, mostrando às novas gerações os exemplos de coragem, dignidade e patriotismo por parte daqueles que nos antecederam.
Trazer entre os epónimos da família o nome de um grande cabo de guerra era, para o gaúchos da Idade Heróica, o que era para os paulistas entroncar-se na linhagem dos antigos bandeirantes: um título de nobreza e fidalguia. Em cada lar gaúcho ardia, vivaz, a chama do culto de um heróiepônimo, espécie de nume larário e também semideus regional; herói que esteve nas campanhas platinas; que combateu, sob Osório ou sob Caxias, nos campos de Tuiuti e nas barrancas do Paissandú; que viu resplandecer a bandeira da pátria às radiações da vitória em Itororó, em Curupaiti, em Lomas Valentinas, em mil outras batalhas ou que teve a dita de assistir, junto de Bento Gonçalves, a alvorada e ao ocaso da república Riograndense. Os fastos guerreiros dos seus contemporáneos, a história das suas lutas contra o estrangeiro ou contra o poder imperial, tudo era recordações que envaideciam aquela população gaúcha, educada sob o alarido dos combates.
Oliveira Vianna
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