Capa do livro Manifesto Conspiracionista, recém lançado no Brasil pela Jornalistas Associados.

Um manifesto para “resetar” a resistência global

A pandemia da Covid-19 foi a gota d’agua para uma suspeita que ronda o mundo há pelo menos centenas de anos. Acaso ou planejamento global? As coincidências (para os que acreditam nelas), evindenciadas desde o vazamento do vírus corona do laboratório de pesquisas genéticas em Wuhan, assim como todo o desenrolar das medidas para combater a doença, despertaram definitivamente os que já andavam desconfiados. Aos demais, ainda adormecidos, ficaram dúvidas cada vez mais teimosas sobre as origens e razões por trás da tragédia.

Instituto de virologia de Wuhan na China, a origem do virús da Covid-19

O questionamento surgido daí exige coragem dos que buscam sinceramente entender a realidade pós-pandemia. O escopo é profundo e seu alcance está sacudindo os alicerces da cilivilização. Entre as perguntas: e se a democracia ocidental for o resultado de uma estratégia conspiratória? É ao menos curioso constatar que adjetivos como „democrática“ e „popular“ são hoje usados sem nenhum pudor no nome de ditaduras de esquerda. Da mesma forma, termos anti-sistema como „anarco-capitalismo“ integram o receituário ideológico de governos de direita. Olhando com certa distância, percebe-se claramente o descolamento entre as ideias e as práticas políticas dos governos da atualidade.

Isso é um mero acaso? E se tudo o que vemos na arena governamental e social for apenas parte de um velho plano, que vem sendo implementado impiedosamente há tempos? “Manifesto Conspiracionista” é um livro de autoria anônima e coletiva que concentra as evidências de que tal conspiração é antiga, e vem sendo desenvolvida passo a passo nas mais diversas frentes da sociedade, e com a participação dos mais competentes cérebros da raça humana. Além disso, argumenta a favor de contra-conspirações apaixonadas, como a forma lógica de revolta em nossa época, e defende a crucial importância de tal resistência, afinal nossas próprias almas estão em jogo.

A obra faz uma análise lúcida do que aconteceu no mundo desde a revolução francesa, com especial foco nos últimos anos desde a Pandemia da Covid-19. Esta última, segundo o texto, a maior prova do garrote sócio-governamental que mantém a sociedade aprisionada em uma realidade cada vez mais opressiva.

É sobretudo um livro para reflexão e discussão sem a tutela dos que estão no poder. Sejam de direita, ou de esquerda, todos estão cooptados. Citando inúmeras fontes e autores consagrados nos círculos intelectuais, a obra é uma investigação das origens do „regime imposto para combater o coronavírus“, descrito como apenas um elemento para consolidar o controle total sobre todos nós, disfarçado de democracia.

Norbert Wiener, o pai da cibernética

O manifesto, originalmente escrito em francês (Manifeste Conspirationniste, 2022) por um “Comitê Invisível”, já foi traduzido para diversas línguas, entre elas o inglês, o espanhol e o alemão, da qual foi traduzida a presente versão. O efeito da sua leitura é „subcutâneo“, pois obriga o leitor razoavelmente instruído a reexaminar suas certezas sobre a narrativa indocrinada a respeito da realidade, assim como algumas das principais teses da história ocidental.

Poucos lembram, mas Josef Stalin foi capa da revista Time em 1939

O trecho abaixo ajuda a dar uma ideia da profundidade da análise contida no texto:

„A obsessão com o bioterrorismo lembra como o antiterrorismo, que ajudou a congelar politicamente a situação mundial após 2001, também continuou a ser o modelo para lidar com as epidemias que sofremos e que, aliás, cumpre exatamente a mesma função. Existe um continuum entre a forma como lidamos hoje com as pandemias e o antiterrorismo dos anos 2000 e, portanto, entre o estado de emergência de segurança e o estado de emergência de saúde. Esse continuum também tem suas raízes na década de 1990. Mais precisamente: no neoconservadorismo e no neorrealismo, que desde então se espalharam de forma tão difusa que a direita e a esquerda se tornaram indistinguíveis.

Robert Kaplan, a “anarquia iminente” se aproxima

A União Europeia, que agora se armou com um comissário para a “proteção do modo de vida europeu”, tira disso sua coesão política fantasmagórica, mas cada vez mais forte. Na década de 1990, Robert Kaplan viu a “anarquia iminente” se aproximando. Ele citou Malraux: “Lutar, lutar contra inimigos que resistem, contra inimigos vigilantes!” – o mesmo Malraux que não via outra maneira de unir a Europa a não ser declarar o Islã como inimigo estruturante. Ele também citou Martin van Creveld: “Lutar não é um meio, mas um fim”. Kaplan argumentou então que “a verdadeira paz só pode ser alcançada por meio de uma forma de tirania, por mais sutil e suave que seja”. Ele se considerava um realista, o infeliz. Nas sociedades democráticas da pós-modernidade, do ponto de vista neoconservador, reina uma anomia ameaçadora, uma tendência à desmobilização, à despolitização dos cidadãos intoxicados pelos vapores do narcisismo e do consumo. Assim, guerras, epidemias – começando pelas medidas coercivas mais absurdas, pelas infantilizações mais flagrantes e pelas medidas abertamente autoritárias – podem ser uma oportunidade para reativar as fibras cívicas das marionetes humanas. Esta ideia não é nada nova. Nos Estados Unidos, em 1793, quando a febre amarela grassava em Filadélfia, já havia um debate sobre o efeito político da quarentena entre os jeffersonianos descentralizadores, que defendiam as liberdades individuais proclamadas quatro anos antes pela Constituição, e os federalistas hamiltonianos, que viam nessa medida uma grande oportunidade para forjar uma nação e criar o cidadão.“

Paradoxos, como os apresentados acima, são o objeto principal do escrutínio a que se dedica o manifesto. Mesmo sem ser definitivo, e abordando fatos históricos de forma superficial, o texto conecta os pontos para desmascarar contradições fundamentais de nosso tempo. Promove assim, o fim de persistentes ilusões, como a que temos quase no final do livro: „O socialismo dos intelectuais é equivalente ao conservadorismo dos proprietários. Tudo isso nunca foi tão evidente como hoje.“

Por quase 300 páginas, metade delas com imagens, ele recorda inúmeras iniciativas, aparentemente desconexas, para „aperfeiçoar“ a experiência dos homens comuns na terra. Com uma análise transversal e profunda, que ajuda a conectar os pontos de cada um destes projetos para um mundo melhor, fica muito clara a intenção não revelada, mas que explica a nossa cada vez mais incompreensível realidade. Coloca a pulga atrás da orelha de todos os que buscam entender os absurdos a que estamos sendo submetidos na atualidade.

John D. Rockefeller, 1955 by Yousuf Karsh

É o livro mais importante sobre tecnologia e sociedade desde „Distúrbio Eletrônico“ (Critical Art Ensemble), outra obra sem autores que previu os impactos e desafios da tecnologia digital no início dos anos 2000.

Longe de ser um texto a desvendar os segredos mais ocultos do mundo, „Manifesto Conspiracionista“ é uma inspiração para os que se sentem ungidos à resistir ao processo impiedoso que se desvelou nitidamente ao mundo durante a pandemia da Covid-19 e que segue sendo desenvolvido nos graves conflitos armados promovidos na arena global em nome da liberdade, da democracia e da humanidade.

Clique aqui para comprar o livro na Amazon.

Compartilhe

Deixe um comentário